Faz algum tempo que o México se tornou alvo da moda. Caveiras, cactos, flores na cabeça e até fantasias de carnaval com temas folcloricos e da arte popular do país. Em especial, Frida Kahlo, que hoje tem seu rosto estampado em t-shirts, artigos de decoração e seu estilo literalmente impresso através de lindos editoriais em importantes revistas de moda do mundo! Mas antes de simplesmente seguir tendências e “vestir a camisa” da pintora, você sabe mesmo quem é ela?
Frida Kahlo foi uma mulher de personalidade forte; talentosa, vaidosa e intensa. Ainda criança teve problemas de saúde, e quando moça sofreu um acidente que comprometeu gravemente a estrutura óssea da coluna e outras partes do corpo. Passou por diversas cirurgias e permaneceu por meses na cama, mas nunca se recuperou totalmente, ficando com sequelas e precisando usar coletes de gesso e de ferro.

Quando estava na cama e seu campo de visão se limitava praticamente ao seu reflexo no espelho posicionado no teto, começou a pintar auto-retratos como passatempo. Através de suas pinturas expressava os mais profundos sentimentos com o dom de uma sensibilidade incomum. Mas não acreditava que sua arte fosse boa o suficiente na época ou que pudesse atingir outras pessoas, já que estampava a própria dor. Frida só não sabia que a sua solidão podia representar tantas outras.
Mais tarde casou-se com o famoso pintor Diego Rivera, vivendo um relacionamento conturbado; que exigiu muitas renúncias, mas que a ajudou também a se revelar como artista. Paralelamente Frida se envolvia com outras pessoas – homens e mulheres -, assim como seu marido: um mulherengo assumido! Situações que levaram à separação do casal por algum tempo.







Aprendeu a conviver com intensas dores, físicas e emocionais, causadas também por abortos que levaram embora a realização de ser mãe. Mas nunca deixou de lado o gosto por ser vaidosa e cultivar um estilo pessoal diferenciado, como forma de expressar a sua personalidade e esconder as deficiências.
Frida adorava cores e as tinha como aliadas para representar emoções; usava tranças, laços e flores nos cabelos; exóticas saias longas; acessórios marcantes; e é claro que não poderia deixar de citar a sua marca registrada: as sobrancelhas! Mesclava o traje popular com elementos que imprimiam a sua personalidade. Um visual inusitado que se tornou referência de moda e estampou a capa da Vogue México em novembro de 2012, muitos anos depois da sua morte.



Ela era dona de uma essência livre e paradoxal. Tentava extrair o melhor das dificuldades, encarando muitas de suas dores e frustrações de frente. Uma real lição de vida que se refletiu em mais de 50 obras cheias de sentimentos e frases regadas de superação como a famosa “Pés, pra que os quero se tenho asas para voar”. Triste, porém linda, né?

A sua história foi dura, mas também cheia de conquistas. A representação de uma mulher que revela sua beleza também através dos defeitos. E apesar dessa vida conturbada (com outras situações ainda mais complexas que preferi nos poupar neste post), a inspiração para muitas de nós.