Quando criança, eu amava lilás, e odiava rosa! Queria ter um quarto com pelo menos uma parede lilás, mas eram rosa. Não gostava de peças muito delicadas e românticas. Ainda assim meu quarto era digno de uma princesa Disney, com penteadeira de estilo clássico de madeira mogno, tapete de crochê, papel de parede com pequenas rosas e uma poltrona… adivinha? Rosa! Eu simplesmente não me identificada. Preferia o quarto das minhas irmãs já adolescentes, que era azul.
Isso me frustou e até pouco tempo nutria uma repulsa por quase todos os objetos que fossem rosa, principalmente roupas! O amadurecimento e entendimento me fez abrir mão e ver que eu poderia voltar a fazer minhas escolhas passando por cima disso. E hoje arrisco uma bolsa rosa aqui, uma blusinha acolá e pasmem: o pink se tornou uma das minhas cores preferidas para a estação passada. Mas a dúvida sobre essa imposição nunca saiu da minha cabeça.
Eu fui uma criança que desde cedo queria escolher as próprias roupas – até hoje tenho pavor só de lembrar de um vestido verde tubinho com bolinhas brancas que tive que usar aos 7 anos -, sem contar que esse meu desgosto pela cor rosa era declarada! Eu era uma menina delicada e ao mesmo tempo moleca. Sempre fui fã do conforto e me encantava por eletrônicos e qualquer brinquedo que apresentasse algum risco de queda, como patins, pogobol, skate, etc. Mas nunca tive nenhum.
Os pais às vezes superprotegem! Querem moldar seus filhos da forma que enxergam o mundo, e tentando acertar, fatalmente erram. Seria até cruel da minha parte condenar! Um dia, se for mãe, também sofrerei desse mal: alguns pais são mais atenciosos e amoroso que outros, mas perfeito não existe nenhum. Afinal, não existe fórmula e somos todos seres humanos, passíveis de erro. Mas fico feliz de ver que a consciência quanto à individualidade dos filhos está mudando.
Talvez depois de passar por situações como essa na infância, reafirmei o pensamento: se tiver um filho farei questão de incentivar o desenvolvimento do seu estilo pessoal desde novo, como eu gostaria que tivesse acontecido comigo. É claro que a influência é inevitável, mesmo que inconsciente. O meio familiar, a convivência com outras crianças e a cultura ajudam a moldar, mas o mínimo é preservar a liberdade de escolha e experiências que estimulam cada uma delas dentro desse limite.
E Simon Ragoonanan é um desses pais que pensam assim e fez um “experimento” simples e genial. O britânico criou o blog Man vs pink (Homem contra o rosa), onde contou sua experiência sobre levar a filha de 3 anos para fazer compras, deixou a criança bem a vontade para fazer suas escolhas e no final das contas viu que as peças preferidas da menina foram as com heróis estampados e predominância das cores azul e vermelho. (Fonte: O Globo)
Estranho? Não! Em pleno século XXI não dá para definir meninos e meninas por preferências como essa. Hoje as mulheres são criadas para serem donas do próprio nariz, assim como os homens, tem acesso às mesmas informações e independente de gênero, acho admirável a ideia de deixar aflorar a percepção de cada ser humano diante do seu universo particular.
Eu adoro as princesas da Disney – Bela é a minha preferida -, mas o Super Homem sempre me encantou!
Davi tem um Q de Clark Kent… Ta explicado!
Hahahaha! Você acha? Fiquei curiosa!