Tem momentos em nossa vida que a gente abre o armário e só consegue pensar uma coisa: “não tenho roupa!”. Bem, nem sempre isso é resultado de um surto de consumismo. É verdade que existem muitas peças ali, mas a gente já não se identifica com quase nada.
Estamos em constante transformação, passamos por diversas fases e algumas nos fazem enxergar as coisas de um jeito diferente e ter novos gostos e vontades. O estilo, como reflexo de quem somos, entra nesse processo também. Isso já aconteceu algumas vezes comigo; agora, inclusive. E por mais que pareça, não é fácil. Começando pelo apego que temos com o que já está no nosso guarda-roupas, porque “vai que um dia eu uso, faço uma combinação diferente ou volta à moda. Já é meu mesmo, deixa ali.” Para tudo!

Às vezes a gente nem entende porque novas peças entram no nosso acervo e ainda assim parece que não temos o que queremos vestir. Bem, acho que posso explicar: se imagine entrando em uma loja. Você, que estava acostumada a comprar saia rodada, vai diretamente para a arara onde elas estão penduradas. É a nossa memória de consumo entrando em ação. Estamos familiarizados com aquela peça!
Quantas vezes me peguei fazendo isso… e ainda me pego, repetir escolhas que no fundo eu não quero mais. A diferença é que aprendi a pisar no freio! Porque quando a gente para pra refletir sobre o estilo que desejamos revelar, trazemos esse hábito para o consciente, e então temos o poder de evitar que ele aconteça. Por isso é tão importante definir as nossas escolhas antes de ir às compras. Pense, reflita, observe, se reconheça!
Eu mesmo, fui descobrindo aos poucos que, quando fico na dúvida sobre alguma peça, é porque ela não fará muito por mim. Provavelmente em pouco tempo estará entre minhas doações ou no próximo brechó com as amigas. Já ouvi gente dizendo que, na dúvida, leva. Eu funciono da forma contrária, afinal, nenhum objeto é insubstituível e quando a gente gosta mesmo, não tem dúvida certa que nos impeça de levar. Prefiro gastar meu dinheiro sem receio de estar fazendo uma escolha “errada”.
Tudo entendido! Hora de ir às compras? Não! :D Hora de reservar um, dois, três ou mais momentos para se desapegar do que não faz mais o seu estilo! Um dos passos essenciais para o novo estilo, e que particularmente tenho o maior prazer em praticar! É tão bom ter a sensação de estar abrindo espaço para que as novas peças sejam bem recebidas. Entendo que seja difícil pra muita gente, mas acredite, é só uma questão de exercício.
Afinal, uma coisa é deixar na loja o que nunca foi seu, outra coisa é tirar do guarda-roupas uma roupa que você investiu tempo e dinheiro e cá pra nós, ainda dá pro gasto. Mas, quem disse que a gente quer roupa quebra galho? Imagine suas roupas como peças de um desfile. Agora pense: o que você quer ver na passarela do seu dia a dia? E não estou falando sobre roupas glamurosas, mas de uma “coleção” feita por você, para você.
Vivo avaliando e reavaliando as peças do meu guarda-roupas com a intenção de lapidar meu estilo. Me conhecer melhor e descomplicar minhas escolhas, entendendo cada uma delas. E estou bem feliz e orgulhosa por estar conseguindo cumprir a tarefa de casa, sem neura e sem consumismo. Ainda tiro peças do armário, mesmo depois de ter deixado apenas 35 blusas entre regatas e camisas sociais, rs!
Mas é claro que você não precisa fazer exatamente o mesmo. Até porque, a necessidade de mudança é uma experiência individual. O que você conseguir é válido, sem cobrança, mas com dedicação! Comece se fazendo algumas perguntas: você compraria novamente aquela peça? Ela veste bem em você? Você se sente bonita com ela? Ela é confortável e se adequa ao seu dia a dia? Tudo isso vai te ajudar, e muito, a decidir o que muitas vezes o apego não permite.
Chega a ser libertador ultrapassar essa dificuldade inicial. Ficamos resistentes, mas esse processo exige mesmo uma atitude um pouco mais radical para que a mudança possa acontecer e você veja florescer o novo estilo diante do espelho e em cada sapato, roupa e acessório que mora em seu armário. Nada melhor que abrir as portas dele e só enxergar peças que você se identifica, penduradas na arara.

É até uma questão psicológica, quer ver? Você abre seu guarda-roupas, e junto das peças que você gosta, tem um monte de outras que você já não se identifica. Aí, na hora de escolher o look, você vai passando a mão pelos cabides e selecionando: essa não, não, essa também não, ah, ok, essa sim. Não seria melhor ver que cada uma delas é uma opção real para você?
Tente! Toda essa dedicação vai te impulsionar para novas conquistas, de autoestima, amadurecimento, e fatalmente vai te inspirar a fazer combinações que nem passavam antes pela sua cabeça, pois é quando parece que temos menos opção que a gente aprende a brincar com as peças e entender que o segredo não está na quantidade, mas na qualidade de cada escolha. ;)
Prontas para começar a reflexão, desafio e novo estilo?
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